terça-feira, 17 de junho de 2008

Aprenda a escutar

No jornal NH de hoje, a professora Cleusa Bekel chama atenção dos professores em seu texto Educador, aprenda a escutar, texto este que complementao assunto em estudo, na Interdisciplina do Seminário Integrador, onde estamos discutindo o nível das perguntas na construção da aprendizagem.

Educador, aprenda a escutar.


Você já parou para pensar o quanto é importante saber escutar para que haja a aprendizagem? Falo na escuta, lembrando a importância do ouvir, do olhar, da relação amorosa de escutar e ver para aprender. Esta relação afetiva é fundamental para que ocorra a aprendizagem! Somente sabendo escutar é que nossas crianças saberão perguntar e relacionar o que foi falado anteriormente. Se lhe disserem: fale sobre aquilo que gostaria de falar ou pergunte o que quiser saber, muitos adultos ficariam sem saber o que dizer.
Porém, se fizermos a mesma proposta para uma criança, logo ela sairá falando o que está pensando, questionando. Não seria um bom exercício deixar renascer a criança que está em cada um? Talvez pudessem voltar a brincar com as palavras e, a partir daí, relembrar como era gostoso ser criança! Com esta experiência, certamente, muitos educadores iriam oportunizar mais espaços de perguntas aos seus alunos, pois como sabemos, a pergunta é o início do pensamento e do desenvolvimento da inteligência. Bem, mas se o aluno se tornar mais questionador é importante pensar o papel da escola.
Qual é o papel da escola? Devemos valorizar aquela escola que consegue levar o aluno à plena realização de si mesmo e propiciar o conhecimento, os saberes, a aprendizagem de forma que haja vontade, desejo e grande motivação. E importante estar atento aos seus questionamentos, relacionar os novos conhecimentos ao mundo que está a sua volta, promovendo respeito às diferenças, as divergências, a curiosidade e permitindo a pluralidade, sempre numa constante reflexão. A escola de hoje precisa pensar nos alunos e utilizar também, o que eles querem, o que necessitam, buscando os saberes para a vida.
A escola deve ser vista como uma comunidade de aprendizes, que formam aprendizes da comunidade. Em outras palavras, um espaço aonde crianças, adolescentes e adultos vão para aprender a aprender. Sendo assim, é tarefa do professor levar em conta o ponto de partida de cada um, propiciando aprendizagens significativas e estimulando suas habilidades, para que avance em suas hipóteses. E o professor fazendo descobertas junto com o aluno, criando espaços de vivências, interações, experiências!
Pois, quanto mais o aluno interage, mais se toma autor do processo.

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Cleusa Beckel é coordenadora de Ensino do Colégio Farroupilha (Porto Alegre)

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