quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

SABERES X PRÁTICA

Ao concluir meu TCC, fiz uma leitura do TCC e dos registros das aprendizagens postadas em meu Blog com o objetivo de comparar o meu fazer pedagógico com os saberes construídos no curso. O resultado desta análise a sensação de derrota por perceber que o que acontece, na minha realidade é o avesso do que se espera de uma escola.
Dentre as postagens lidas destaco a de título ENSINAR AUTONOMIA Onde Adorno coloca a autonomia como a única força capaz de nos livrar da barbárie. E Kant nos chama a atenção quando fala que:Não é suficiente treinar as crianças; urge que aprendam a pensar. A nós educadores cabe a tarefa de desenvolver a autonomia de nossos alunos.
A Cada reflexão que fizemos sobre nossa prática mais nos conscientizamos da complexidade do fazer docente. A sociedade contemporânea, marcada pela complexidade, pelas relações sociais em rede e pela tecnologia da informação e da comunicação cada vez mais avançadas, nos faz refletir e ter a certeza que a função da escola mudou. A instituição de ensino bem como o professor deixa de ser a principal fonte de informação e passam a se preocupar com a formação integral dos indivíduos.
Penso que o desenvolvimento da autonomia de nossos alunos está relacionada ao respeito que precisamos ter com o tempo de nossos alunos, conhecendo a espistemologia genética , identificando os estádios de desenvolvimento de cada criança, reconhecendo-os como sujeitos totais para entender seus anseios, o seu processo de aprendizagem e proporcionar atividades significativas, pois acredito que uma das causas de indisciplina e desinteresse dos alunos seja fatores relacionados ao seu desenvolvimento, ou seja os tempos de ensinar e os tempos humanos. Sabemos sobre o que ensinar e como ensinar, sobre o processo de aprendizagem, porém sobre a formação dos educandos como sujeitos totais, como sujeitos cognitivos, éticos, culturais, afetivos sabemos muito pouco.
A formação esperada da escola apontam para a emancipação social e individual, disciplinando para formar homens felizes, para libertá-lo da tirania, da dependência dos problemas irracionais, desenvolvendo a solidariedade, a compreensão entre os seres humanos,.o respeito a ordem social , desenvolvendo a inteligência e difundindo a visão de mundo, promovendo ação com o propósito de provocar, colocando o pensamento do aluno em movimento e criando situações em que os interesses do aluno possam emergir e o aluno atuar. Dar condições para que o aluno tenha acesso a elementos novos, para possibilitar a elaboração de respostas aos problemas suscitados, para contradição entre sua representação e realidade e solicitar e acompanhar o percurso de construção. Selecionei esta postagem porque embora usando outras palavras essa é a escola que idealizei em meu TCC.
Comparando a escola sonhada com a realidade onde trabalho, uma escola estadual, percebo o avesso, onde contrariando o que propõe Projeto Político Pedagógico, onde sob a orientação de uma direção autoritária e professores em sua maioria omissos legitimam a prática de opressão, seja através dos recursos utilizado, seja para manter a ordem e a disciplina, aplicando penalidades a alunos e professores quando estes têm opinião diferente. A avaliação é puramente punitiva, na medida em que professores, sem experiência e com o apoio da direção consideram o aluno como uma página em branco e lhe atribuem zero, porque deixaram de fazer alguma atividade, justificando que precisam ser reprovados para mudar de atitude.
Sei que precisamos de argumento forte para promover mudanças, mas na realidade onde trabalho isto é muito difícil, uma vez que não existe diálogo e em nenhum momento durante o ano foi propiciado aos professores momentos para formação, reflexão, discussão de assuntos referente a aprendizagem dos alunos.
A gestão Democrática em algumas escolas, só tem o nome de democrática, e essa falta de comprometimento com o verdadeiro sentido da escola está contribuindo para o fracasso dos alunos e a falta de estímulo aos professores que ainda acreditam na educação como possibilidade de transformação.

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