Consciência fonológica é a habilidade de perceber a estrutura sonora de palavras, ou de parte de palavras. É a percepção, pela criança, de que a língua é som. Essa consciência, que a criança tem quando começa a aprender a falar, se perde com o correr do tempo. Quando falamos, emitimos sons, sílabas, fonemas, palavras: juntamos fonemas em sílabas, sílabas em palavras e palavras em sentenças, mas não prestamos atenção nesses sons, prestamos atenção no conteúdo do que estamos falando, nas idéias. O mesmo acontece quando ouvimos: prestamos atenção no sentido, não nos sons. A criança, vencida a etapa inicial de aprender a emitir os sons da fala, também passa a prestar atenção no sentido, não nos sons. Nesta fase tende a desenvolver a capacidade de analisar os fonemas e de relacionar esses fonemas com as “letras” que os representam.
O método fônico sob o ponto de vista lingüístico apresenta erros, temos como exemplo as cartilhas começam sempre com as vogais, consideradas como sendo cinco: "A E I O U", e já aí incorrem em um erro lingüístico. As vogais não são cinco, são mais que o dobro: há vogais abertas, fechadas, nasais .
O professor que usa método fônico ensina seqüencialmente, sistematicamente, as relações fonema/grafema, a criança acaba, aprendendo a escrever e a ler, como codificação e decodificação, mas, e a compreensão? a construção de sentido? o entendimento das funções da escrita, o envolvimento em práticas sociais de leitura e escrita? Isso fica adiado “para depois”; a criança aprende só a tecnologia da escrita, desligada de seus usos sociais, o que tira todo o sentido da tecnologia. Quando se reconhecem as várias facetas da escrita, não se pode aceitar que a criança aprenda com aquele tipo de texto “O bebê baba”, “Eva viu a uva. A criança deve aprender a ler e a escrever interagindo com textos reais, com os diversos gêneros e portadores de texto que circulam na sociedade. Assim ela vai aprender não só as relações fonema/grafema, mas, simultaneamente, o sentido e função que tem a escrita. O mais adequado, é que a criança aprenda simultaneamente todas as competências e habilidades envolvidas na aquisição da língua escrita: aprenda a decodificar e codificar, isto é, aprenda as relações entre os “sons” e as letras ou grafemas, ao mesmo tempo em que aprenda a compreender textos, a construir sentido para os textos, e ainda aprenda as funções da escrita, os diferentes gêneros de textos...
domingo, 15 de novembro de 2009
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Um comentário:
Olá Ivone:
Trazes muitas questões importantes na tua postagem. Considerando a experiência que tens com relação à alfabetização ou como professora que atua ou como professora que observa os movimentos relacionados à alfabetização na sua escola, como vem ocorrendo essa prática? Que métodos de alfabetização são utilizados? Os saberes da postagem são de domínio dos demais professores da escola? O texto consegue te auxiliar a ter uma prática ainda melhor? Fica para continuar a reflexão.
Abraço.
Celi
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