De acordo com teoria resultante do trabalho das pesquisadoras argenti¬nas Emilia Ferreiro e Ana Teberosky. sobre o aprendizado da língua escrita, o erro do aluno revela seu processo de construção do conhecimento. . Baseadas no pensamento do epistemólogo e psicólogo Jean Piaget, as autoras publicaram, em fins dos anos 1970, o livro Psicogênese da língua escrita e mudaram a com¬preensão que se tinha a respeito da alfabetização.
Os estudos da psicogênese partem do pressuposto de que a cons¬trução da escrita se apoia em hipóteses espontâneas elaboradas pelo aprendiz e que a criança ou adulto constroem seu conhecimento através da elaboração de hipóteses baseado em conhecimento prévio que é valorizado e sistematizado na escola.”
Algumas das hipóteses levantadas pelas crianças são que, na escrita, não se pode representar algo com pequena quantidade de letras ou com letras iguais. Na leitura, ela imagina que não é possível ler sem imagem - como se a escrita fosse sempre a "legenda" que acompanha um objeto.
Para a Teoria da Psicogênese, o que aparece como erro à primeira vista é, na verdade, um processo de atividade constante em que a criança está elaborando hipóteses e alargando seu campo de conhecimento linguístico. São os chamados "erros construtivos".
Ferreiro e Teberosky afirmam que "o que antes parecia erro por falta de conhecimento surge-nos agora como uma das provas mais tangíveis do surpreendente grau de conhecimento que uma criança tem sobre seu idioma".
A criança está constantemente pensando sobre seu objeto de aprendizagem - a língua escrita. Quando instigada ou estimulada a conferir suas hipóteses, a criança vive o chamado "conflito cognitivo". Nesse processo, ela pode mudar sua hipótese e transformá-la num outro conceito, mais amplo e mais complexo. É importante que o alfabetizador conheça os processos psicolinguísticos por que passa uma criança ao aprender a ler e escrever. O alfabetizador precisa compreender por que a criança está pensando daquela maneira, para fazer as intervenções e elaborar atividades para ajudá-la a avançar no processo de aquisição da língua escrita.
A Psicogênese desvendou algumas hipóteses do processo de alfabetização de uma criança. São elas, em linhas gerais: pré-silábica, silábica e alfabética. É importante ressaltar que a passagem de uma hipótese para a outra é gradual e depende muito das inter¬venções feitas pelo professor.
domingo, 15 de novembro de 2009
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Um comentário:
Oi Ivone:
Emília Ferreira e Ana Teberosky realmente trouxeram contribuições muito importantes relativas à construção da escrita pela criança. Conseguiste trazer bem muitos desses saberes. Para qualificar ainda mais essa postagem seria interessante que trouxesses situações do dia a dia de crianças em fase de construção da escrita que pudessem servir de evidência para o que colocas.
Abraço.
Celi
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