terça-feira, 30 de novembro de 2010

TEMA DE PESQUISA

Este semestre a primeira etapa foi a difícil tarefa de definir o tema de pesquisa para o TCC. Após isso chegou a hora de elaborar o esquema do trabalho. Depois que o esquema foi devolvido com as orientações da professora e tutora me pareceu que não seria tão trabalhoso. Mas consultar várias fontes e selecionar, desenvolver, formatar, analisar portfólios, realizar atividades de uma Eletiva, além das atividades do Seminário Integrador, foi muito trabalhoso e cansativo. Algumas vezes me senti incapaz, pensando que não daria conta. Agora que estou chegando ao final, o cansaço está tomando conta,parece que já não consigo pensar, as idéias não vêm, penso que ainda têm a banca e isso me angustia bastante. Foram tantas as reflexões para chegar ao foco da pesquisa que as vezes parece não estar muito claro.
Em meu TCC, o tema de minha pesquisa foi a Avaliação da Educação de Jovens e Adultos, porque embora esse tema tenha sido objeto de pesquisas, principalmente na área pedagógica pouco tem se refletido na prática de sala de aula. A avaliação ainda é um dos motivos do fracasso e do abandono desses alunos da escola. Espero que os resultados desta pesquisa sirvam de subsídio para que a prática pedagógica das escolas possam ser repensadas, adotando um sistema de avaliação que contemple todo o processo de ensino-aprendizagem, através da ação-reflexão, numa visão crítica, desafiadora e transformadora, propiciando a permanência do aluno e do professor, desenvolvendo habilidades de cada indivíduo.

REVISANDO O EIXO VIII

Dentre as postagens deste eixo quero destacar, a de Título Mais Uma Etapa Vencida, onde faço uma reflexão sobre as construídas junto com a turma de EJA no período de estágio.

Para desenvolver aprendizagens, Jovens e Adultos tomei como principal referência a pedagogia dialógica e problematizadora de Paulo Freire. Essa pedagogia propõe que haja uma participação ativa e dinâmica do aluno trabalhador na sala de aula. No estágio esta prática evidenciou que a experiência de vida é a base para a construção dos novos conhecimentos desses alunos jovens e adultos. O professor deve trazer temas de conhecimento e interesse dos alunos com o objetivo de promover debate na turma. Essa estratégia além de promover aprendizagens, proporciona a formação de redes de conhecimento científico e popular e a relação do saber do aluno com o saber científico.
Freire defende a ideia de que o aluno deve ser sempre muito curioso e que o professor deve aproveitar o máximo a curiosidade deste aluno:
As considerações ou reflexões até agora feitas vêm tendo desdobramentos de um primeiro saber inicialmente apontado como necessário a formação docente, numa perspectiva progressista. Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sempre aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, às suas inibições; um ser crítico inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a de transferir conhecimento. (FREIRE, 1996, p. 47-48).


A educação popular de Freire diz que ensinar exige respeito aos Saberes dos educandos. Segundo ele:

Uma das tarefas essenciais da escola, como centro de produção sistemática de conhecimento, é trabalhar criticamente a inteligibilidade das coisas e dos fatos e sua comunicabilidade. É imprescindível, portanto, que a escola instigue constantemente a curiosidade do educando em vez de amaciá-lo ou domesticá-lo. É preciso mostrar ao educando que o uso ingênuo da curiosidade altera a sua capacidade de achar e obstaculizar a exatidão do achado. É preciso por outro lado e, sobretudo, que o educando vá assumindo o papel de sujeito da produção de sua inteligência do mundo e não apenas o de recebedor da que lhe seja transferida pelo professor. (FREIRE, 1996, p. 123-124).

Dentro dessa perspectiva, o trabalho com Projeto de Aprendizagem permite que o educando se torne autônomo no processo de construção de sua aprendizagem, porém o que percebo nas escolas ainda é a preocupação com o controle do aluno ( disciplina ), domesticando o aluno, criando obstáculo para que o sujeito assuma o papel de sujeito da produção de sua inteligência.

A Construção da Língua Escrita

Revisitando a postagem que aborda a Psicogênese da Escrita Emília Ferreira e Ana Teberosky, considerei importante destacar devido as importantes contribuições que trouxeram para à construção da escrita pela criança. É importante que o alfabetizador conheça os processos psicolinguísticos por que passa uma criança ao aprender a ler e escrever. O alfabetizador precisa compreender por que a criança está pensando daquela maneira, para fazer as intervenções e elaborar atividades para ajudá-la a avançar no processo de aquisição da língua escrita. O processo lingüístico por que passa o adulto é idêntico ao da criança. O professor precisa conhecer como se dá esse processo para fazer as intervenções necessárias. Durante o estágio me deparei com situações onde não me senti capacitada para fazer as intervenções necessárias. Na turma havia uma senhora com 52 anos que há 7 estava na mesma turma. Não consegui situá-la em estágios, pois talvez devido a baixa estima construa hipóteses diferentes para situações idênticas. Acompanhar o processo de alfabetização exige teoria e comprometimento do professor.

REVISANDO POSTAGEM, FRENET, O GRANDE EDUCADOR

Frenet, o Grande Educador


Esta postagem deve ser destacada diante dos resultados observados durante meu estágio com alunos de EJA. Frenete, propõe um planejamento baseado em "atividades escolares vivas" formada por um tripé que chamou Pedagogias do Bom Senso, do Trabalho e do Êxito, sempre considerando a criança o centro de sua própria educação. Durante meu estágio o foco foi a consideração aos alunos, valorizando seu conhecimentos, suas necessidades e interesses. Para isso precisei conquistar a confiança da turma e da escola. A escola priorizava os conteúdos previamente definidos onde o professor era o detentor do saber. Aos poucos fui trazendo “atividades vivas” como propõe o autor, com passeios a teatro, palestras, oficinas e ao final pude constatar que os alunos desenvolveram habilidades que antes não se julgavam capazes “palavras dos próprios alunos” ao refletirem sobre suas aprendizagens.

REVISITANDO EIXO VII

A postagem Prática Avaliativa no Contexto Escolar é uma reflexão que merece destaque em função de que trata de práticas de avaliação para medir o conhecimento do aluno ou avaliação mediadora que acompanha todo o processo de ensino e aprendizagem e que é razão de muitas pesquisas, mas que não se refletem na prática uma vez que as escolas em sua maioria não abrem espaço para discussão sobre o assunto e até os professores que buscam mudança acabam praticando avaliação classificatória. Essa prática foi percebida na escola onde realizei meu estágio com uma turma de EJA.
A escola com a intenção de avaliar acompanhando todo o processo de ensino e aprendizagem dos alunos através de registro de observações das aprendizagens, adotou uma prática ainda mais excludente onde através dos registros é determinado quais alunos estavam “prontos” para realizar uma prova e ser classificado para a totalidade seguinte. A avaliação adotada na escola destruía a confiança do aluno que além de se sentir fracassado, deixava de confiar na escola devido a falta de transparência e acabava abandonando a escola.
Esses conflitos se repetiam sempre que havia conselho de avanço. Isso me inquietou tanto que é tema de pesquisa em meu TCC

sábado, 27 de novembro de 2010

Revisando o Eixo VIII

Estive analisando minhas postagens do período de estágio. Dos meus registros destaco a mudança observada nos alunos devido as habilidades que desenvolveram ao longo do período e os conflitos observados.
Para desenvolver Projeto de Aprendizagem precisei romper várias barreiras o que prejudicou o andamento dos trabalhos, porém os resultados mostram que valeu a pena. Mostrou também a importância do PA que confirma que só os alunos podem definir o que realmente querem aprender. O professor mesmo com um bom diagnóstico não dá conta desta demanda.
O resultado do trabalho foi medido através da satisfação dos alunos assim como as frustrações diante de uma direção autoritária que interfere nas atividades pedagógicas desconsiderando o trabalho dos alunos.
Os vários conflitos observados no período de estágio, em alguns casos comprometeu o andamento das atividades devido ao fato dos alunos sentirem-se desrespeitados e sem espaço para defender-se. Muitos alunos de todas as totalidades abandonaram a escola.
Os conflitos foram apresentados como questão de investigação para o TCC.
No início do IX semestre precisei definir o foco para a questão a ser investigada em meu TCC que ficou assim definido: A avaliação e a permanência dos alunos na EJA: um desafio para os educadores.
Assim o meu TCC tomou forma onde mostra a problemática da aprendizagem, da avaliação e a permanência do aluno de EJA, devido a falta de comprometimento da sociedade como um todo por esses brasileiros que estão sendo excluídos mais uma vez.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

TEORIA E PRÁTICA

Como já mencionei nas reflexões anteriores desde o primeiro semestre o curso ofereceu condições importantes para uma tomada de decisão no sentido de qualificar nossa prática pedagógica, porém quero destacar o VII semestre como decisivo na proposta pedagógica e na escolha da modalidade de ensino em que fiz meu estágio.
As reflexões proporcionadas pela disciplina Didática e Planejamento reforçou a concepção que tinha com relação ao planejamento e mudou minha visão de avaliação. Estes são imprescindíveis para decidir que tipo de sociedade e de homem queremos formar e que tipo de ação educacional é necessária para isso. Devemos pensar o planejamento de ensino considerando: o contexto em que meu aluno está inserido; suas necessidades e interesses; quais são meus objetivos; que caminhos vou percorrer associados aos conteúdos para alcançar meus objetivos e como meus alunos estão reagindo a minha proposta de trabalho.
A prática pedagógica deve ser avaliada constantemente, analisando os resultados das ações realizadas, mantendo o que está dando certo e repensando, revendo as ações cujos resultados não estão de acordo com o esperado, buscando novas estratégias para alcançar os objetivos estabelecidos.
As leituras, discussões e pesquisas realizadas na Interdisciplina EJA aguçaram minha curiosidade que culminou com .a realização de estágio o que desencadeou o meu tema de investigação do TCC.
A Educação para jovens e adultos, hoje chamada EJA é uma categoria organizacional constante da estrutura da educação nacional, com finalidades e funções específicas. Ela representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea.
Apesar da oferta desta modalidade de ensino ser oferecida à todos que a ela buscarem, a permanência destes alunos na escola vai depender da proposta pedagógica da escola que deve levar em consideração a exigências da escola EJA que é adequar os conteúdos às necessidades e realidades dos educandos e da qualificação dos docentes no sentido de promoverem ensino significativo para o aluno.
O primeiro desafio ao chegar na escola é enfrentar uma situação desconhecida, povoada pelas lembranças vividas na escola e pela expectativa do novo. As experiências escolares anteriores, em sua grande maioria, são desestimulantes e cheias de histórias de fracasso. Não é pequeno o número daqueles que se consideram de "cabeça dura" e que "não dão pro estudo", a partir da incorporação do fracasso. Justificam o abandono à escola a necessidade de trabalhar, distância da escola, ausência de escola no local ou ausência de professores. Afirmam também que a desconsideração dos pais pela educação contribuiu para o abandono da escola.
O professor precisa estar seguro e motivado para ajudar a vencer as dificuldades e medos de seus alunos no retorno à escola. Para isso a concepção freireana de homem e de mundo, remete, em sua essência, a uma postura pedagógica que concebe o homem como ser de vocação ontológica para ser sujeito, como um ser de relações atuando na realidade, já se antecipa que, para Paulo Freire, o processo de aprendizagem é dinâmico e ativo.
Ajudar meu aluno a vencer seus medos e mantê-lo motivado foi a meta almejada e avalio como alcançada através de trabalho com PA no meu período de estágio.
O trabalho com Projetos de Aprendizagem configura uma situação aberta, desestabilizadora, cujos caminhos e resultados não são pré-determinados e nem conhecidos de antemão pelos docentes. Nesta prática, os alunos, reunidos em pequenos grupos formados por interesses comuns em torno de um fenômeno que querem entender, levantam questões de investigação; buscam, organizam e comparam informações; elaboram e publicam seus achados, socializando tanto o processo desenvolvido, quanto os resultados alcançados, na medida em que o trabalho se desenvolve.
Além disso o Projeto de Aprendizagem resgata a auto-estima dos alunos que se descobrem capazes e isso abre caminho para novas conquistas.
As aprendizagens construídas neste semestre estão se refletindo em minha prática pedagógica.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Senso Crítico

No VI semestre todas as interdisciplinas foram de extrema importância para qualificar a nossa prática com ênfase no desenvolvimento do senso crítico. As leituras indicadas na Interdisciplina de Filosofia da Educação com textos de Adorno e Kant. Onde Adorno coloca a autonomia como a única força capaz de nos livrar da barbárie. E Kant nos chama a atenção quando fala que não é suficiente treinar as crianças; urge que aprendam a pensar. Cabe a nós educadores a tarefa de desenvolver a autonomia de nossos alunos.
As leituras me levaram a refletir sobre minha prática e me conscientizou da complexidade do fazer docente. A sociedade contemporânea, marcada pela complexidade, pelas relações sociais em rede e pela tecnologia da informação e da comunicação cada vez mais avançadas, nos faz refletir e ter a certeza que a função da escola mudou e nós educadores precisamos estar em constante formação.

As aulas de Psicologia foram bastante esclarecedoras.
Piaget a partir do estudo da construção do conhecimento estudou a gênese das estruturas cognitivas, explicando que a aprendizagem se constrói a partir da interação entre o sujeito e o meio através da assimilação e acomodação de ações. Explica também que para que haja estágios é necessário que a ordem de sucessão das aquisições seja constante, ou seja uma característica não aparecerá antes de outra.
A leitura do material recomendado sobre o método clínico piagetiano e as atividades realizadas com alunos me ajudou a entender o estádio de desenvolvimento de meus alunos e assim fazer as intervenções respeitando o tempo de cada um para ajudá-los em suas dificuldades de aprendizagem.
O semestre foi de muitas aprendizagens, porém a que deixou marcas mais profundas foi a interdisciplina Pessoas com Necessidades especiais, pois em muitas situações me deparei com situação envolvendo aluno, ficava angustiada sem saber o que fazer e essa disciplina deu norte a minha prática e me ensinou a buscar respostas para minhas dúvidas. As dificuldades continuam porque na rede estadual não temos recursos e nem apoio, mas hoje tenho consciência de meus deveres e dos direitos destes alunos.