Dentre as postagens deste eixo quero destacar, a de Título Mais Uma Etapa Vencida, onde faço uma reflexão sobre as construídas junto com a turma de EJA no período de estágio.
Para desenvolver aprendizagens, Jovens e Adultos tomei como principal referência a pedagogia dialógica e problematizadora de Paulo Freire. Essa pedagogia propõe que haja uma participação ativa e dinâmica do aluno trabalhador na sala de aula. No estágio esta prática evidenciou que a experiência de vida é a base para a construção dos novos conhecimentos desses alunos jovens e adultos. O professor deve trazer temas de conhecimento e interesse dos alunos com o objetivo de promover debate na turma. Essa estratégia além de promover aprendizagens, proporciona a formação de redes de conhecimento científico e popular e a relação do saber do aluno com o saber científico.
Freire defende a ideia de que o aluno deve ser sempre muito curioso e que o professor deve aproveitar o máximo a curiosidade deste aluno:
As considerações ou reflexões até agora feitas vêm tendo desdobramentos de um primeiro saber inicialmente apontado como necessário a formação docente, numa perspectiva progressista. Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sempre aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, às suas inibições; um ser crítico inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a de transferir conhecimento. (FREIRE, 1996, p. 47-48).
A educação popular de Freire diz que ensinar exige respeito aos Saberes dos educandos. Segundo ele:
Uma das tarefas essenciais da escola, como centro de produção sistemática de conhecimento, é trabalhar criticamente a inteligibilidade das coisas e dos fatos e sua comunicabilidade. É imprescindível, portanto, que a escola instigue constantemente a curiosidade do educando em vez de amaciá-lo ou domesticá-lo. É preciso mostrar ao educando que o uso ingênuo da curiosidade altera a sua capacidade de achar e obstaculizar a exatidão do achado. É preciso por outro lado e, sobretudo, que o educando vá assumindo o papel de sujeito da produção de sua inteligência do mundo e não apenas o de recebedor da que lhe seja transferida pelo professor. (FREIRE, 1996, p. 123-124).
Dentro dessa perspectiva, o trabalho com Projeto de Aprendizagem permite que o educando se torne autônomo no processo de construção de sua aprendizagem, porém o que percebo nas escolas ainda é a preocupação com o controle do aluno ( disciplina ), domesticando o aluno, criando obstáculo para que o sujeito assuma o papel de sujeito da produção de sua inteligência.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário