domingo, 7 de junho de 2009

Auto-estima na Criança Negra

Auto-estima é a capacidade de gostarmos de nós mesmos, de nos aprovarmos, a certeza de que somos capazes de realizar determinadas coisas, de que somos competentes em determinadas habilidades. A auto-estima reflete a imagem que temos de nós mesmos (nossa auto-imagem) como a imagem que acreditamos que as outras pessoas tem de nós, aquilo que acreditamos que elas pensam a nosso respeito.
O ser humano independente de “raça”, classe social, de nacionalidade, enfrenta em alguns momentos de sua vida insatisfação de maior ou menor proporção com aquilo que acredita ser. A ironia é que embora a insatisfação se apresente, são os fatores sociais como raça, classe social, entre outras que intensificam a complexidade desta problemática que é gostar de si mesmo. Cabe a nós adultos abrir os braços para a diversidade humana aprendendo a conviver com a diferença, respeitando-a para que quando indagada por nossas crianças sobre qual de suas bonecas de diversas cores é a melhor, a mais bonita, a mais inteligente elas sejam capazes de nos responder que todas elas podem ser.
O Brasil é formado por uma multiplicidade cultural, e junto com esta uma série de conflitos que adquiri propriedades especificas de manifestação. O racismo em nosso contexto é tão presente como em outras partes do mundo, só que nossa discriminação racial é escamoteada, é mascarada, por isso um olhar ingênuo pode não percebê-lo. A imagem do negro é associada a atividades socais de pouco ou nenhum prestígio social. Com esta visão algo de preocupante ficou evidente. Se a imagem do negro é vista de maneira negativa pela sociedade, como fica a auto-estima de crianças negras, já que a auto-estima relaciona-se intimamente com a auto-imagem e o autoconceito.
É de fundamental importância a desconstrução desta imagem de inferioridade social do negro na construção de uma sociedade sem preconceito. É necessário que se desenvolvam projetos nas escolas que trabalhem a figura do negro de forma prática. Sem isso, essa realidade que nós mesmos convencionamos chamar de mesquinha, continuará inalterada.
O pensar só se modifica diante de condições concretas da realidade que exijam do sujeito novas formas de agir.

Um comentário:

Melissa disse...

Ivone,
ótimas colocações..., mas olha só, lembre sempre de evidências seus argumentos ;-)
Por exemplo, quando colocas "é necessário que se desenvolvam projetos nas escolas que trabalhem a figura do negro de forma prática" tente trazer exemplos destes projetos. Já trabalhou em um projeto desta linha? Como funcionam (funcionariam) estes projetos?
Abraços
Melissa